Fátima acolheu o 5º Encontro de Padrinhos APD - Ano 2010


on 23-05-2010

O momento foi de reflexão e que melhor cenário do que Fátima para permitir pensar e repensar a questão do apadrinhamento. A capital espiritual portuguesa acolheu o quinto encontro de padrinhos da APD, que bem cedo iniciaram a viagem para Fátima. O sinal de partida soou com a oração da Madre Teresa de Calcutá. A viagem prosseguiu de autocarro com os sons quentes da música africana. Uma viagem segura e ligeira que fez chegar os padrinhos à hora prevista, sem atrasos, ao Santuário para a celebração eucarística. Até o São Pedro decidiu ajudar: o sol quente encarregou-se de aproximar os participantes um pouco mais de África. E sob este sol acolhedor, o estandarte com o símbolo da APD percorreu os caminhos do Santuário.

O Seminário do Coração de Maria proporcionou um almoço de convívio, aproximando os padrinhos que se preparavam para dar inicio ao seminário "Solidariedade, hoje - como ajudar África".
Uma sala repleta começou por receber o comunicativo Padre Tony Neves, verdadeiro contador de histórias. Com um inteligente sentido de humor, fez repensar o conceito de solidariedade. Como profundo conhecedor da realidade de África, nomeadamente a dos Países lusófonos, traçou um quadro realista das principais dificuldades e ameaças que têm de enfrentar os povos daquele Continente.
Uma intervenção virada para a forma como os países desenvolvidos - sobretudo aqueles com grande poder económico - têm prestado auxílio ao continente africano. O Padre Tony Neves denuncia os interesses, essencialmente económicos, que movem esta espécie de solidariedade encapotada., que pouco ou nada contribui para a redução da pobreza extrema e da fome, da mortalidade infantil ou das epidemias que continuam a ceifar a vida de muitos dos africanos.
Retém-se, por isso, uma frase deste religioso, quando diz: “solidariedade, hoje, não é apenas dar, mas também dar-se”. Torna-se fundamental e imprescindível a acção voluntária e efectiva de missionários, membros de associações de apoio e tantos outros, que mais do que dar, ensinam a conquistar, fazendo lembrar o milenar provérbio chinês, “não lhe dês o peixe, ensina-o antes a pescar”.

Às palavras do padre Tony Neves, seguiu-se o relato do padrinho António Pereira. Recém-chegado da Guiné, este padrinho transmitiu à plateia as emoções e os sentimentos que envolveram a sua visita à afilhada guineense. Uma comunicação recheada de ternura que motivou o diálogo e que contagiou todos os participantes. Surgiram novas ideias, novas vontades, todas elas contributo importante para a forma como devemos conduzir o projecto da APD no futuro.

O encontro terminou com a projecção de uma pequena montagem, onde pudemos relembrar aqueles que ajudamos. Os nossos afilhados, que, mais do que um fim, são o nosso princípio, foram por isso foram connosco para casa.